Azhart & Cia

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Curitiba, PR, Brazil
Sou Bailarina, Professora e Coreógrafa de Danças Árabes, DRT: 23023 Contatos: (41)8515-6226 Email: leareis@live.com

sábado, 1 de janeiro de 2011

Ritmos


Aksak

Descrição


De origem turca, o termo que nomeia este ritmo indica também um padrão próprio de músicas da região do Afeganistão, Irã, Bálcãs e Turquia. É comum ser usado em músicas de um tipo de dança do povo Laz, da região do Mar Negro.



Características


Estamos falando de um ritmo longo, cheio de pausas e paradinhas bruscas, que passam a sensação de uma vacilação. Caracteriza-se por juntar compassos com divisões ternárias ou binárias, usados no século XX na música ocidental por compositores modernos, como Stravinsky e Bela Bartók. Esta composição também é comum em músicas da Andaluzia.


Composição


Ritmo de compasso 16/4, possui uma forma gráfica extensa e pode ter pausas longas ou curtas, dependendo da região em que é tocado.


DDDTKTD SSDTKT D TK DDDTKTDSSDTKT DTK

São chamados de aksak os ritmos com padrão 3+2+2; 3+2+2+3+2.


Como treinar



A dica é a mesma de sempre. Ouça muitas músicas e CDs de ritmos. Depois que acostumar com o som, pegue os snjus. Marque os DUMs com as duas mãos ou apenas com a mão direita. Os TAs reserve também para esta mão, enquanto os KAs ficam na esquerda. Se preferir, inversa todo o processo, caso seja canhota.





Beijinhos 

Azhart



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                      O ayub

A origem do ritmo Ayub, ou Ayubi,  é incerta. Alguns dizem que é nome de uma rádio no Egito, outros falam que seu som acelerado simboliza o andar dos cavalos. Mas o que sabemos de verdade é que ele é tocado da Turquia ao Egito e que embala muitas músicas ouvidas por aqui. Acredita-se que no Brasil ganhou fama com a música Azez Aleya, de Tony Mouzayek, trilha da novela global “O clone” (2001)



Composição



É um ritmo de compasso 2/4, formado apenas por um KA e um DUM. 


                                                                              


                                                                               A frase completa fica assim:

                                                                                 DUM KA DUM KA DUM


Características


O ritmo pode ser acompanhado com voz, de forma rápida em músicas folclóricas, suave em clássicas ou bem lentas durante o zaar, estilo que em breve será tema aqui no Cadernos de Dança.



Passos 


Existe um passo que também chama ayub. Com uma perna levemente na frente da outra, você transfere o peso para trás e neste momento faz uma batida com o quadril. Você pode fazer isso andando ou no lugar, brincando com deslocamento de pescoço e com movimentos de mãos e cabeça. Muitas bailarinas fazem esses movimentos ora para esquerda, ora para a direita. É comum encontrar este ritmo em derbakes, introdução de músicas e, às vezes, até no meio da música, o que dá uma certa graça e alegria à coreografia. Aqui vale muita criatividade já que o ritmo é simples.



Como treinar





Este é fácil. Uma mão é o DUM e a outra é o KA. Toque uma de cada vez. 

DUM KA DUM KA DUM….
Assista ao pequeno vídeo com derbakistas tocando o Ayubi.
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Baladi14

JU
É um dos ritmos mais executados no Egito e no Líbano, assim como o Said. Possui marcações fortes e retoma a cultura popular, as origens familiares e o significado da terra natal. A própira palavra baladi, traduzida, significa “minha terra”. Desta forma, também representa aquilo que é simples, comum, do dia a dia. Também é conhecido como beledi ou balady.
Composição
Assim como o Said, possui compasso 4/4. Derivado do Maksoum, que tem um DUM a menos na chamada forma anotada ou cifrada. Isso por que é comum que o Maksoum também seja executado com dois DUMs.
 Assim, a frase fica desta forma:
DUM DUM TAKATA DUM TAKATA
Características
Com esta marcação dupla no início da frase (DUM DUM), o ritmo precisa ser tocado de forma mais lenta, apesar de existir com outras variações, a exemplo do Masmoudi Saghir. Não confunda com o Masmoudi, que é um ritmo de oito tempos. É utilizado em músicas modernas, clássicas, em derbakes e também na dança folclórica homônima. É comum ser tocado em músicas com trechos de taksim (solos intrumentais) e cantadas.
Como treinar
Comece a tocar os snjus pela frase simples: DUM DUM TAKATA DUM TAKATA. Quando conseguir agilidade, coloque um TAKA no final, para fazer a emenda com o início do ritmo novamente: DUM DUM TAKATA DUM TAKATATAKA DUM DUM TAKATA DUM TAKATA. Treine o ritmo puro, com a ajuda de um CD (ouça a faixa selecionada abaixo), e depois tente encontrá-lo nas músicas. Repare que nem sempre ele aparecerá da forma simples e poderá receber variações e ficar floreado.
Dicas de passos
Como é um ritmo muito forte, os acentos (DUMs) precisam ser bem marcados na dança com básicos egípcios, deslocamentos e batidas de quadril. Atenção: na sua versão folclórica e tradicional da dança baladi, não há passos influenciados pelo balé e pelo jazz, afinal retoma aspectos tradicionais da cultura. Neste caso, é sempre dançado com o pé no chão e com roupas mais simples, nunca com o conjunto saia-cinturão-top.
Em outras músicas em que o ritmo apareça, não valem estas características. O percussionista Hossam Ramzy, em um texto sobre o Baladi, no seu site, afirma que “Se você me perguntar quem é a melhor dançarina de Baladi em todo o Egito hoje, a resposta é simplesmente LUCY”. (tradução livre)
Lembre-se: Você pode tocar os DUMs, TAKs e TAs com a sua mão principal (varia para destros ou canhotos) e os e KAs com a outra. Ou então marcar os DUMs com as duas mãos, enfatizando que são mais fortes.
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  Said

Saidi, Said ou Saidee? As grafias são muitas, mas o ritmo é o mesmo. Geralmente é o primeiro ritmo que é ensinado nas aulas de dança do ventre porque ele está presente na maioria das músicas. Segundo o site do músico Pedro Françolin, é uma variação de outro ritmo, o Maksum. Por isso, também é chamado de “maqsum said” e leva esta nomenclatura por que se originou da região de Said, localizada no alto Egito.

Composição


É um ritmo de compasso 4/4, formado por um DUM inicial e dois DUMs no meio da frase. Assim, sua forma é o contrário do Baladi, em que os DUMs estão no início. 



A frase fica assim, se tocada completa:

DUM TAK DUM DUM TAKATA

Características

O ritmo tem marcações bem fortes, é vibrante e alegre. Acompanha instrumentos de percussão (tabla, derbake ou dumbek), rababa (violino) e omizmar (flauta). Aparece em músicas modernas, clássicas, solos de derbake ou folclóricas. Na dança da bengala ou do bastão, a bailarina precisa usar um vestido que cubra o corpo ou túnicas, conhecidas como galabias, retomando um pouco da origem da dança.


Como treinar

Comece a tocar os snjus pela frase simples: DUM TAK DUM DUM TAKATA. Quando conseguir agilidade, coloque um TAKA no final, para fazer a emenda com o início do ritmo novamente: 



DUM TAK DUM DUM TAKATA TAKADUM TAK DUM DUM TAKATA. 



Treine o ritmo puro, com a ajuda de um CD (ouça a faixa selecionada abaixo), e depois tente encontrá-lo nas músicas. Repare que nem sempre ele aparecerá da forma simples e poderá receber variações e ficar floreado.


Dicas de passos

Você pode abusar de batidinhas de quadril para fazer as marcações. Como retoma e representa a vida cotidiana, relaxe um pouco a postura ereta dos braços usados nas músicas clássicas e descer da meia ponta em alguns momentos. É um ritmo bem alegre e marcado e você pode fazer saltinhos – alguns típicos do Said foclórico- redondos, tremidinhos e jogos de ombro. Não esqueça de sorrir bastante e brincar com o público!

Lembre-se: Você pode tocar os DUMs, TAKs e TAs com a sua mão principal (varia para destros ou canhotos) e os e KAs com a outra. Ou então marcar os DUMs com as duas mãos, enfatizando que são mais fortes.


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Malfuf


Embrulhado, ou enrolado seria a tradução literal mais adequada para a palavra que dá nome ao ritmo desta semana. Malfuf, Malfouf, Leff, Luff ou Laff é um ritmo que originário da África, em especial do norte do continente. Muito conhecido no Egito e Líbano, sua cadência é muito parecida com a de ritmos muito ouvidos no Brasil, como o forró ou baião.
Composição
Sua composição é muito simples, trata-se de um 2/4. A 
Frase musical é curta, assim: 
DUM TAKA TAKA
Mas afinal, se a composição é simples, por que a tradução do nome retoma a ideia de enrolar, embrulhar? Uma das explicações diz que ele é utilizado nas músicas de Melea Laff (dança do lenço enrolado). Outra justificativa: este ritmo é usado para entradas e saídas. Ou seja, ele introduz e finaliza a música e a passagem da bailarina, enquanto o centro da apresentação contém o recheio, ou seja, toda a técnica da dança. Por fim, há outra que faz referência aos famosos (e deliciosos) charutinhos, arroz e carne enroladinhos por repolho ou folhas de uva.
Características
Nas músicas de dança do ventre, pode ser tocado de forma rápida- no Melea Laff- muito acelerada ou lenta, como na dança do candelabro. Em geral, aparece em derbakes e em músicas clássicas. Também é possível encontrá-lo no meio das músicas, marcando a transição dos diferentes trechos melódicos. Apesar de ser usado em danças antigas e de origem folclórica, tal como o Hagalla e o Dabke, o ritmo é encontrado em músicas modernas e coreografadas para grupos.
Como treinar
Como sempre, comece pela frase simples e depois tente acelerar o ritmo.
Dicas de passos
Como já foi dito, o Malfuf aparece com frequência nas aberturas e finalizações de músicas clássicas e durante os derbakes. Por isso, a preferência é que a bailarina opte por fazer deslocamentos, mostrando leveza, agilidade e domínio do espaço. Sua forma acelerada permite fazer passos como passeio no bosque, caminhadas e giros.
Lembre-se: Você pode tocar os DUMs, TAKs e TAs com a sua mão principal (varia para destros ou canhotos) e os e KAs com a outra. Ou então marcar os DUMs com as duas mãos, enfatizando que são mais fortes.

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Zeibek

Apesar de ter a mesma origem, o ritmo Zeibek é muito diferente do Karsilama. O Zeibek é usado pelos gregos e uma dança chamada Ziembeikiko, tradicional da Grécia e comumente apresentada por um homem dançando com um copo na mão simbolizando a dança do bêbado.
Esta dança também era conhecida como a dança do sofrimento da guerra, mas com o passar dos anos este sofrimento passou para o amor.
Características
É um ritmo mais lento que soa duas vezes como um ritmo básico, o maksoumpor exemplo, de quatro tempos somados mais um tempo.
Composição
Composto por 9/4, ele aparece agrupado como 4+4+1.

DUM TA_TA DUM TA DUM TA_ TA DUM TA TA
Este último TA, dá aquela batida extra que torna este ritmo tão singular.
Como treinar
Com seus snujs, bata o dum com uma das mãos e o ta com a outra. Não esqueça que o símbolo “_” representa um pausa deste ritmo.
Dica de passos
Sequências de impacto costumam ser usadas ao dançar este ritmo ainda mais que a marcação final é dorte. Você pode brincar com deslocamentos ou marcações totais, parciais e até unitárias.
Mescle movimentos ondulatórios com batidas sem esquecer de trabalhar braços, peito e deslocamentos para evitar que os passos fiquem presos ao quadril.
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