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Curitiba, PR, Brazil
Sou Bailarina, Professora e Coreógrafa de Danças Árabes, DRT: 23023 Contatos: (41)8515-6226 Email: leareis@live.com

domingo, 3 de abril de 2011

A Sexualidade Venerada
Quando falamos em dança do ventre, logo nos vem à mente a mulher sensual, sedutora, envolta em véus, cheia de força, mistério e beleza. Esses sentimentos são, em grande parte, evocados pela imagem da deusa do amor, outrora venerada pelas antigas civilizações que habitaram nosso mundo. Inscrições antigas, encontradas em relíquias de templos escavados falam das cerimônias religiosas que celebravam a deusa do amor, da paixão e da fertilidade. A Deusa era conhecida por nomes diversos, em regiões e épocas diferentes, porém o culto a ela se dava de formas semelhantes. A beleza e a sexualidade da mulher eram objetos de adoração por serem consideradas manifestações sublimes da natureza. Os templos eram habitados pelas sacerdotisas, mulheres que representavam a encarnação viva da Deusa. Segundo suas crenças, deusa manifestava-se através delas: "a mulher humana que trazia os atributos da deusa à vida dos seres humanos" (Qualls-Corbett, Nancy - A prostituta sagrada, 2005). Nestes templos, a sexualidade da mulher era cultuada por ser considerada divina, e era um local onde se realizavam rituais que envolviam música, dança, celebração da sensualidade e da espiritualidade feminina. As sacerdotisas dançavam, não para receber admiração, nem tampouco para ganhar segurança, força ou posses - sua verdadeira identidade estava enraizada em sua própria condição de mulher, e as leis de sua natureza feminina estavam em harmonia com as da Deusa. Elas dançavam para celebrar a vida, a energia criativa oriunda do feminino sagrado. Nesta época, as sociedades eram conhecidas como matriarcais - ou matrifocais, segundo algumas vertentes. O que não significava a supremacia do feminino com relação ao masculino, mas sim a harmonia entre ambos. Um bom exemplo disto é o chamado ritual do "hieros gamos" onde a sacerdotisa da Deusa unia-se sexualmente com o monarca local, simbolizando a união das duas forças divinas (feminino e masculino) com o intuito de assegurar a fertilidade e o bem-estar da terra e do povo. Era o chamado "matrimônio sagrado".
Foto: 2003